A história de
Paraty, começa ainda em 1.502, quando foi descoberta a região da baía
da Ilha Grande, pela expedição de Gonçalo Coelho ao Brasil, ocasião em que
vários nomes foram dados a acidentes geográficos, como a própria Ilha Grande e
Angra dos Reis Magos, para orientar os navegantes.
O território
do atual Município de Paraty, era ocupado, à época do descobrimento, pelos
índios Guaianás. As terras do atual município foram desbravadas devido à
necessidade de serem abertos caminhos que ligassem as regiões de São Paulo e
Minas Gerais ao Rio de Janeiro. Desde o início do século XVI, até o princípio
do século XVII, com a Serra do Mar como obstáculo, Paraty foi ponto de passagem
obrigatório pra os viajantes e, portugueses vindos da Capitania de São Vicente
instalaram-se na região.
A data de
fundação de Paraty diverge, uns falam que em 1540/1560 já havia um núcleo
devotado a São Roque no Morro da Vila Velha (hoje Morro do Forte ); outros, de
1596, quando Martim Corrêa de Sá empreende uma expedição contra os índios
guianas do Vale do Paraíba; alguns outros, de 1600, quando havia um povoamento
de paulistas da Capitania de São Vicente; e alguns mais, 1606, quando da
chegada dos primeiros seis meeiros da Capitania de Itanhahém - que,
acredita-se, venha a ser a origem do povoamento como, foi o sistema de Capitanias Hereditárias. Pode-se
dizer que a história de Paraty começa, de fato, quando o seu nome aparece pela
primeira vez, em 1596, ano em que a expedição de Martim Corrêa de Sá passa por
ali vinda do Rio de Janeiro, em direção ao Vale do Paraíba utilizando uma
antiga trilha de índios que cortava a Serra do Mar até o interior do Brasil,
conhecida como Trilha dos Guaianás.
Em 1660, o
florescente povoado se rebela, exigindo a separação de Angra dos Reis e
elevação à categoria de Vila. Surgia em 1667 a Villa de Nossa Senhora dos
Remédios de Parati. Convém salientar que Paraty foi a primeira cidade
brasileira a ter sua autonomia política decidida por escolha popular. Paraty
torna-se um razoável entreposto comercial e seu desenvolvimento deveu-se à sua
posição estratégica, no fundo da baía da Ilha Grande; ao caminho terrestre que
partia de Paraty, seguia por Guaratinguetá, passava pela Freguesia da Piedade
(atual Lorena), vencia a Garganta do Embú e chegava a Minas Gerais: era o
chamado "Caminho do Ouro da Piedade"; e ao seu porto, que chegou a
ser o segundo mais importante do país.
O OURO
No final do
século XVII, ouro e diamante em abundância são encontrados nas Minas Gerais.
Mais uma vez, os bandeirantes paulistas se valeram das trilhas abertas pelos
índios, desta vez para atravessar a Serra da Mantiqueira e penetrar o sertão do
país em busca dos metais preciosos. Não demorou para que a rota dos guaianá,
cujo ponto final era Paraty, se integrasse ao Caminho do Ouro.
Considerando-se
que, para melhor fiscalizar o comércio de pedras e metais preciosos, as
autoridades portuguesas restringiam a abertura de outros caminhos, Paraty
afirmava-se então como importante ponto de articulação, passagem obrigatória
para quem ia do Rio de Janeiro em direção à região das minas.
Outra
atividade econômica importante no período foi a produção de açúcar. Tratava-se
de um produto extremamente valorizado no mercado internacional no final do
século XVIII, levando os paratienses a investir pesadamente no cultivo e
beneficiamento da cana-de açúcar. No auge da produção, a cidade chegou a contar
com mais de 250 engenhos de açúcar e alambiques. A aguardente fabricada ali era
considerado uma das melhores do Brasil, chegando a ser exportada até para
outros países. Sua importância era tanta que, por algum tempo, a palavra
'paraty' foi considerada um sinônimo de cachaça.
Em 1870,
devido à abertura de um novo caminho - desta feita ferroviário - entre Rio e
São Paulo, através do Vale do Paraíba, a antiga trilha de burros pela serra do
Mar perdeu sua função, afetando de forma intensa a atividade econômica de
Paraty. Um segundo fator de decadência do comércio e da cidade foi a Abolição
em 1888, causando um êxodo tal que, dos 16.000 habitantes existentes em 1851,
restaram, no final do século XIX, apenas "600 velhos, mulheres e
crianças" isolando Paraty definitivamente do país por décadas. Enquanto
abriam-se estradas pelo resto do país, continuava se chegando a Paraty como na
época Colonial: de barco, vindo de Angra dos Reis; ou, a partir de 1950, por
terra, via Cunha, em estrada que só comportava movimento quando não chovia e
que aproveitava em parte o trecho da velha estrada do ouro e do café. Este
isolamento involuntário foi, paradoxalmente, o que preservou não só a estrutura
arquitetônica urbana da cidade como também seus usos e costumes.
CIDADE
TURISTICA
Com a
abertura da BR-101 (Rio-Santos) no final dos anos 70, Paraty recebe um novo
impulso. Como nas fases anteriores de "ocupação", no ouro ou no café,
um novo ciclo veio dominar e explorar a cidade: o turismo, desta feita
potencializado no seu conjunto paisagístico / arquitetônico, nas áreas
florestadas, nas 65 ilhas e nas mais de 300 praias da região.
E ainda com
ruas feitas com grandes pedras desordenadas com a depressão típica do meio fio
que permite a invasão das águas do mar em marés de lua cheia. A presença das
águas, com a invasão das marés na lua cheia, a cultura do café e da cana, o
porto e seus piratas, a maçonaria determinaram o traçado do Centro Histórico de
Paraty.
As ruas foram
todas traçadas do nascente para o poente e do norte para o sul. Todas as
construções das moradias eram regulamentadas por lei, podendo pagar com multa
ou prisão, quem desobedecesse as determinações. Tanto é que hoje, o centro
histórico de Paraty é considerado pela UNESCO "o conjunto arquitetônico
colonial mais harmonioso" e é Patrimônio Nacional tombado pelo IPHAN. A
proibição do tráfego de automóveis no Centro, contribuiu para a preservação
local.
Bastide,
Roger e Fernandes, Florestan. Brancos e Negros em São Paulo Cia. Editora
Nacional. 1959.
Bastide, Roger. Estudos Afro-Brasileiros . Editora Perspectiva.
Câmara Cascudo, Luiz da. Dicionário do Folclore Brasileiro. Instituto Nacional do Livro. 1962.
Costa, Lúcio. Projeto Arquitetônico de Paraty in Tricentenário de Paraty.
Freyre, Gilberto. Carnaval. Grandes Acontecimentos da História. Revista nº 9. 1974.
Gurgel, Heitor e Amaral, Edelweiss. Paraty, Caminho do Ouro. Livraria São José.1973.
Maia, Thereza Regina de Camargo. Paraty, Religião & Folclore. Cia. Editora Nacional. 1974.
Mello, Diuner José. Paraty - Notas Históricas. Instituto Histórico e Artístico de Paraty. 1994.
Mello, Diuner José. Roteiro do Visitante. Informativo Turístico e Cultural. Paraty,1976.
Mello e Souza, Marina. Paraty - A Cidade e Suas Festas. Ed. Tempo Brasileiro.
Bastide, Roger. Estudos Afro-Brasileiros . Editora Perspectiva.
Câmara Cascudo, Luiz da. Dicionário do Folclore Brasileiro. Instituto Nacional do Livro. 1962.
Costa, Lúcio. Projeto Arquitetônico de Paraty in Tricentenário de Paraty.
Freyre, Gilberto. Carnaval. Grandes Acontecimentos da História. Revista nº 9. 1974.
Gurgel, Heitor e Amaral, Edelweiss. Paraty, Caminho do Ouro. Livraria São José.1973.
Maia, Thereza Regina de Camargo. Paraty, Religião & Folclore. Cia. Editora Nacional. 1974.
Mello, Diuner José. Paraty - Notas Históricas. Instituto Histórico e Artístico de Paraty. 1994.
Mello, Diuner José. Roteiro do Visitante. Informativo Turístico e Cultural. Paraty,1976.
Mello e Souza, Marina. Paraty - A Cidade e Suas Festas. Ed. Tempo Brasileiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário